sexta-feira, 18 de julho de 2008

Brasil

"que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis"

[Arnaldo Antunes - Inclassificáveis]

quinta-feira, 10 de julho de 2008

após ir a um sebo, me vem a cabeça.

"Na América Latina, a liberdade de expressão consiste no direito ao resmungo em algum rádio ou em jornais de escassa circulação. Os livros não precisam ser proibidos pela polícia: os preços já os proíbem".

terça-feira, 8 de julho de 2008

Poema Póstumo (Nicolas Paiva)


Por não ter controle desse coração
De coisas que eu não sei...
Que dessa alma distante e da minha paixão
Minha mente tenta se recuperar
Abalado eu estou, mas logo voltarei

Poema Póstumo cheio de dor e trevas
Deveria nunca ter sentido, Gostaria de nunca ter sentido
Quem me dera, mas, quem me dera
Aquele sentimento forte, mas iludido

Para essas palavras que aqui escrevo
Deveras, sinto a cada letra, uma dor
Que em nesse estado de coma sentimental eu escrevo
Poema Póstumo para celebrar o não amor

Porque de uma profunda solidão
De não conseguir enxergar a mim mesmo,
Que eu já estou acostumado e destemido
Beba do sangue do meu coração partido


Poema póstumo é minha carta vazia
Do qual escrevo-te aqui
Que aquele sentimento que não deveria,
Mas senti...
Eu sei, eu realmente sabia...

Poema póstumo, versos mortos,
Devo eu não me arrepender de todos os esforços
Que um dia tentei ser feliz
Ser o que eu realmente sempre quis

Pobre solitário eu sou, solitário eu vou ser
Daqueles que não tem nada a ganhar e sem nada a perder
Que meu Poema póstumo seja cantado em meu dia final
E cada verso dele seja um caminho mortal

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Meios de manipulação

"(...)Máquinas de mentir, máquinas de castrar, máquinas de dopar: os meios de comunicação se multiplicam e divulgam democracia ocidental e cristã junto com violência e molho de tomates. Não é necessário saber ler e escrever para escutar os rádios transistores ou olhar a televisão e receber o recado cotidiano que ensina a aceitar o domínio do mais forte e confundir a personalidade com um automóvel, a dignidade com um cigarro e a felicidade com uma salsicha."

[ironia]Huuum...salsicha! *-*[/ironia]

domingo, 29 de junho de 2008

Contra-senha

"Basta ter acesso às estatísticas mundiais que a pergunta vem à cabeça: Em que mundo vivemos? Um manicômio gigante? Um matadouro? Quem escreveu esta peça que somos obrigados a representar? Quem foi o louco ou eufórico verdugo? A história mentia quando prometia paz e progresso?
Dez mil pessoas morrem de fome por dia; mas, por dia, gasta-se no mundo mais de um bilhão de dólares em exércitos e armas. Se compararmos os números dos gastos militares com os dados de analfabetismo, doenças e atraso, estremeceremos de espanto: com o custo de um tanque poderiam ser construídas quinhentas salas de aula; um avião caça equivale a quarenta mil farmácias; o custo de um destróier poderia proporcionar eletricidade a nove milhões de pessoas. Mesmo que as armas dormissem e que nunca mais fossem disparadas, elas continuariam a devorar os recursos da economia mundial. Mas elas são disparadas. Não contra a fome, contra os famintos."
Eduardo Galeano

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Monstro negro

Monstro negro
O monstro negro onipresente. Devorando tudo o que vem pela frente. Os mais fracos - aos poucos - o mais forte. Como uma história de amor, te anima, devora e arruína. E ninguém o vê...ninguém.
Necessidade e manipulação levam ao subsolo, de onde ele vem. Subindo para as mãos dos mal-intencionados e contra os direitos civis.
Óleo que enche corações de pedra. Óleo da pedra. Que queima as mãos e escurece o céu.
O declínio da vida selvagem, alimento do ócio urbano dos pés aos neurônios.
É a triste sina da raridade. Monstro único e operário de todas as fábricas, que corre sem saída para a liberdade.
De abismo em abismo, ele segue sendo chicoteado pelas costas, sendo escravo de monstros maiores: monopólio, consumo e o presente.
Ladrão e vigarista...Pseudo-monstro.


Primeiro texto que fiz, baseado no livro Nascimentos de Eduardo Galeano que conta a história de maneira mais poética e analítica.
Leia e interprete!