domingo, 21 de novembro de 2010

A gestão da segurança e da ordem na maior cidade da América Latina— Mais do que subprefeitos, eles são coronéis!

Algumas pessoas alegam que o objetivo é “colocar ordem na casa”, outros criticam sua atuação, mas afinal, qual seria o interesse de Gilberto Kassab, como prefeito de São Paulo, preencher quatorze vagas de subprefeitos, das trinta e uma existentes com ex-coronéis?

Conforme disposto no "caput" do artigo 76 da Lei Orgânica do Município de São Paulo, para ocupar o cargo de subprefeito é necessário ter mais de dezoito anos estar no pleno exercício de seus direitos políticos e o mais importante: ser nomeado pelo prefeito.

Com relação às atividades dos subprefeitos é necessário entender que houve um processo de descentralização das políticas municipais, onde as áreas foram delimitadas de acordo com aspectos socioeconômicos. Após a definição das comarcas cada subprefeitura alocou um subprefeito, o qual tem autonomia legítima em melhorar a distribuição das políticas públicas no distrito municipal. As subprefeituras estão diretamente ligadas com os principais exercícios da agenda política municipal, entre eles estão: alvarás, obras, processos, fiscalização e uso e ocupação do solo.

Em sua gestão, o Prefeito Gilberto Kassab administra a maior cidade da América do Sul, centralizando cada vez mais os seus serviços públicos. O resultado negativo para a cidade é a redução orçamentária das subprefeituras. Os serviços públicos funcionam apenas nas conhecidas operação tapa-buraco e recapeação de ruas e avenidas. Nesse contexto as subprefeituras perdem a sua essência, justamente por causa da falta de governança dos coronéis em relação à implementação de políticas públicas.

Com isso, o poder de autonomia que lhes é dado pode se tornar ineficiente se levarmos em consideração que os coronéis não estão preparados para assumir a gestão de políticas públicas além de encararem a profissão de ex-prefeito como “meros zeladores”.

Em alguns veículos de comunicação, moradores reclamam da falta de acessibilidade dos coronéis nas subprefeituras, e a lentidão nos processos. A lei orgânica 13.399, especificamente no Art. 5, inciso II, consta que algumas das atribuições das subprefeituras são instituir mecanismos que democratizem a gestão pública, fortalecendo as formas participativas, que existam em âmbito regional. Entretanto essa participação democrática não tem ocorrido devido à distância dos coronéis em relação às subprefeituras por eles assumida. Não há por parte desses subprefeitos uma parceria com os moradores das áreas que administram. Sob a ótica da geopolítica, o espaço deixa de existir e nasce o território, onde o mais relevante é a “ordem e segurança”.

Podemos verificar no site da Prefeitura do Município de São Paulo os currículos dos subprefeitos, que esses coronéis, não tiveram nenhuma interação com a região durante o período em que estiveram nos postos das forças armadas. Essa relação é minimamente essencial para a sociedade local, e na sua falta, as associações de bairro e líderes comunitários ficam em uma posição de inércia. Não conseguem zelar, uma vez que inexiste o serviço público pelos subprefeitos indicados por Kassab.

Mas, enfim, por que coronéis? Segundo os próprios militares estes têm uma grande vivência na gestão de grandes estruturas e uma excelente formação. Porém, nos parece que a convivência com a população local é o fator mais relevante. A subprefeitura precisa acionar políticas públicas, que verdadeiramente passe segurança para população. Ademais os subprefeitos não são eleitos pela população distrital, uma vez que é de extrema importância a relação desta com o órgão público a fim de promover a verdadeira democracia.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Brasil

"que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis"

[Arnaldo Antunes - Inclassificáveis]

quinta-feira, 10 de julho de 2008

após ir a um sebo, me vem a cabeça.

"Na América Latina, a liberdade de expressão consiste no direito ao resmungo em algum rádio ou em jornais de escassa circulação. Os livros não precisam ser proibidos pela polícia: os preços já os proíbem".

terça-feira, 8 de julho de 2008

Poema Póstumo (Nicolas Paiva)


Por não ter controle desse coração
De coisas que eu não sei...
Que dessa alma distante e da minha paixão
Minha mente tenta se recuperar
Abalado eu estou, mas logo voltarei

Poema Póstumo cheio de dor e trevas
Deveria nunca ter sentido, Gostaria de nunca ter sentido
Quem me dera, mas, quem me dera
Aquele sentimento forte, mas iludido

Para essas palavras que aqui escrevo
Deveras, sinto a cada letra, uma dor
Que em nesse estado de coma sentimental eu escrevo
Poema Póstumo para celebrar o não amor

Porque de uma profunda solidão
De não conseguir enxergar a mim mesmo,
Que eu já estou acostumado e destemido
Beba do sangue do meu coração partido


Poema póstumo é minha carta vazia
Do qual escrevo-te aqui
Que aquele sentimento que não deveria,
Mas senti...
Eu sei, eu realmente sabia...

Poema póstumo, versos mortos,
Devo eu não me arrepender de todos os esforços
Que um dia tentei ser feliz
Ser o que eu realmente sempre quis

Pobre solitário eu sou, solitário eu vou ser
Daqueles que não tem nada a ganhar e sem nada a perder
Que meu Poema póstumo seja cantado em meu dia final
E cada verso dele seja um caminho mortal

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Meios de manipulação

"(...)Máquinas de mentir, máquinas de castrar, máquinas de dopar: os meios de comunicação se multiplicam e divulgam democracia ocidental e cristã junto com violência e molho de tomates. Não é necessário saber ler e escrever para escutar os rádios transistores ou olhar a televisão e receber o recado cotidiano que ensina a aceitar o domínio do mais forte e confundir a personalidade com um automóvel, a dignidade com um cigarro e a felicidade com uma salsicha."

[ironia]Huuum...salsicha! *-*[/ironia]

domingo, 29 de junho de 2008

Contra-senha

"Basta ter acesso às estatísticas mundiais que a pergunta vem à cabeça: Em que mundo vivemos? Um manicômio gigante? Um matadouro? Quem escreveu esta peça que somos obrigados a representar? Quem foi o louco ou eufórico verdugo? A história mentia quando prometia paz e progresso?
Dez mil pessoas morrem de fome por dia; mas, por dia, gasta-se no mundo mais de um bilhão de dólares em exércitos e armas. Se compararmos os números dos gastos militares com os dados de analfabetismo, doenças e atraso, estremeceremos de espanto: com o custo de um tanque poderiam ser construídas quinhentas salas de aula; um avião caça equivale a quarenta mil farmácias; o custo de um destróier poderia proporcionar eletricidade a nove milhões de pessoas. Mesmo que as armas dormissem e que nunca mais fossem disparadas, elas continuariam a devorar os recursos da economia mundial. Mas elas são disparadas. Não contra a fome, contra os famintos."
Eduardo Galeano

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Monstro negro

Monstro negro
O monstro negro onipresente. Devorando tudo o que vem pela frente. Os mais fracos - aos poucos - o mais forte. Como uma história de amor, te anima, devora e arruína. E ninguém o vê...ninguém.
Necessidade e manipulação levam ao subsolo, de onde ele vem. Subindo para as mãos dos mal-intencionados e contra os direitos civis.
Óleo que enche corações de pedra. Óleo da pedra. Que queima as mãos e escurece o céu.
O declínio da vida selvagem, alimento do ócio urbano dos pés aos neurônios.
É a triste sina da raridade. Monstro único e operário de todas as fábricas, que corre sem saída para a liberdade.
De abismo em abismo, ele segue sendo chicoteado pelas costas, sendo escravo de monstros maiores: monopólio, consumo e o presente.
Ladrão e vigarista...Pseudo-monstro.


Primeiro texto que fiz, baseado no livro Nascimentos de Eduardo Galeano que conta a história de maneira mais poética e analítica.
Leia e interprete!