"Basta ter acesso às estatísticas mundiais que a pergunta vem à cabeça: Em que mundo vivemos? Um manicômio gigante? Um matadouro? Quem escreveu esta peça que somos obrigados a representar? Quem foi o louco ou eufórico verdugo? A história mentia quando prometia paz e progresso?
Dez mil pessoas morrem de fome por dia; mas, por dia, gasta-se no mundo mais de um bilhão de dólares em exércitos e armas. Se compararmos os números dos gastos militares com os dados de analfabetismo, doenças e atraso, estremeceremos de espanto: com o custo de um tanque poderiam ser construídas quinhentas salas de aula; um avião caça equivale a quarenta mil farmácias; o custo de um destróier poderia proporcionar eletricidade a nove milhões de pessoas. Mesmo que as armas dormissem e que nunca mais fossem disparadas, elas continuariam a devorar os recursos da economia mundial. Mas elas são disparadas. Não contra a fome, contra os famintos."
Eduardo Galeano
domingo, 29 de junho de 2008
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Um comentário:
Unilateral novamente..crítica pela crítica, sem menor argumentação dialético científica..
O texto apenas vomita uma informação obvia, sem a menor preocupação com as causas. Pode levar um leitor um pouco mais obtuso e radicalista, a logo concluir que a solução educacional brasileira, é extinguir os gastos militares e transferí-los para o ensino.
Para tanto, é sempre bom lembrar a história do Paraguai, que, na época da guerra contra a triplice aliança, possuía uma realidade educacional e cultural de causar inveja na Finlândia de hj. A taxa de analfabetismo praticamente era nula, o gasto educacional era a principal prioridade, ao passo que o militar, nem tanto.
Enfim, de nada adiantou, uma outra nação mais belicosa, dizimou o Paraguai. Não restou um único menino com mais de 12 anos educado vivo, irmãos tiveram que se reproduzir entre si, para o país continuar existindo....tudo jogado no lixo, toda a educação, toda a cultura, toda a história. O Paraguai se tornou uma grande sucata.
Não adianta tentar fugir da realidade conflituosa humana, pois o Homem jamais se desconecta da guerra.
Por isso que o gasto militar, deve, para qualquer nação sóbria, ser o principal gasto. Pois trata-se de simples questão de natureza. É inerente aos homens, a guerra sempre será regra.
Ademais, romântico esse texto, mas utópico. Bonito e frágil, como um grande palácio de cristal.
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