domingo, 29 de junho de 2008

Contra-senha

"Basta ter acesso às estatísticas mundiais que a pergunta vem à cabeça: Em que mundo vivemos? Um manicômio gigante? Um matadouro? Quem escreveu esta peça que somos obrigados a representar? Quem foi o louco ou eufórico verdugo? A história mentia quando prometia paz e progresso?
Dez mil pessoas morrem de fome por dia; mas, por dia, gasta-se no mundo mais de um bilhão de dólares em exércitos e armas. Se compararmos os números dos gastos militares com os dados de analfabetismo, doenças e atraso, estremeceremos de espanto: com o custo de um tanque poderiam ser construídas quinhentas salas de aula; um avião caça equivale a quarenta mil farmácias; o custo de um destróier poderia proporcionar eletricidade a nove milhões de pessoas. Mesmo que as armas dormissem e que nunca mais fossem disparadas, elas continuariam a devorar os recursos da economia mundial. Mas elas são disparadas. Não contra a fome, contra os famintos."
Eduardo Galeano

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Monstro negro

Monstro negro
O monstro negro onipresente. Devorando tudo o que vem pela frente. Os mais fracos - aos poucos - o mais forte. Como uma história de amor, te anima, devora e arruína. E ninguém o vê...ninguém.
Necessidade e manipulação levam ao subsolo, de onde ele vem. Subindo para as mãos dos mal-intencionados e contra os direitos civis.
Óleo que enche corações de pedra. Óleo da pedra. Que queima as mãos e escurece o céu.
O declínio da vida selvagem, alimento do ócio urbano dos pés aos neurônios.
É a triste sina da raridade. Monstro único e operário de todas as fábricas, que corre sem saída para a liberdade.
De abismo em abismo, ele segue sendo chicoteado pelas costas, sendo escravo de monstros maiores: monopólio, consumo e o presente.
Ladrão e vigarista...Pseudo-monstro.


Primeiro texto que fiz, baseado no livro Nascimentos de Eduardo Galeano que conta a história de maneira mais poética e analítica.
Leia e interprete!